Relação da Aptidão Aeróbia e Muscular com a composição corporal, o estado maturacional e a Actividade Física Habitual de crianças e adolescentes (9 - 11 anos)

Autores

  • Maria Helena Moreira Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
  • Félix Rodrigues João Mestrando da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Mestrado em Educação Física e Desporto – Especialização em Avaliação nas Actividades Físicas e Desportivas)

Resumo

O presente estudo pretende examinar em raparigas e rapazes (9 -15 anos) a relação da aptidão aeróbia (ApA) e muscular (ApM) com a composição corporal (MG, massa gorda; MIG, massa isenta de gordura; PC, perímetro da cintura), a actividade física habitual (AFH) e o estado maturacional (EM). Pretendeu-se também identifi car o desempenho dos referidos testes entre raparigas e rapazes e em ambos os géneros, em função dos valores de corte estabelecidos para a AFH. A amostra foi constituída por 53 raparigas (idade, 9,56±0,43 anos, AFH, 7,62±1,11 pontos) e 72 rapazes (idade, 9,79±0,60, AFH, 8,37±1,15 pontos), tendo sido a ApA (vaivém) e a ApM (força abdominal, extensão do tronco e senta e alcança) apreciadas através do FitnessGram (NES, 2002). O EM foi avaliado através da escala de Tanner (1962) e a AFH pelo questionário de Baecke (1982). As equações de Sardinha & Moreira (1999) foram utilizadas na predição da MG e o PCI e PCII, foram medidos, respectivamente, segundo os critérios de Callaway et al (1988) e NIH (2000). Os níveis de AFH, PC, MIG e desempenho no teste vaivém foram mais acentuados nos rapazes, comparativamente às raparigas. Nestas, o EM e a MG explicaram em 23,24% da variação do teste vaivém e no teste de extensão do tronco, o PC1 foi o único preditor introduzido no modelo. No género masculino, a AFH, a MG e a MIG explicaram em 22% a variação do desempenho no teste dos abdominais, e no teste de vaivém, o coefi ciente associado ao PC1 foi de -0,51 (p £ 0,01). Os rapazes mais maduros e com menor MIG exibiram maior flexibilidade dos músculos posteriores da coxa. Considerando valores de corte específicos de AFH para cada um dos géneros, apenas nas raparigas e em relação ao teste senta e alcança efectuado do lado esquerdo foi registado um aumento significativo dos níveis amplitude articular. Para níveis de AFH ≤ 7,61 foram registadas diferenças para os testes abdominais e extensão do tronco, com as raparigas a evidenciarem -4,65 execuções no primeiro e mais 2,73 cm no segundo. Para AFH > 7,61 o sexo feminino apresentou maiores níveis de flexibilidade no lado esquerdo (+3,33±1,46 cm, p ≤ 0,05). Os nossos resultados sugerem que nos rapazes (9 -11 anos), a aptidão aeróbia e muscular está mais dependente da composição corporal destes do que nas raparigas, tendo a AFH pouco peso na variação destas componentes da aptidão física. O valor de corte estabelecido para a AFH, não permitiu identificar grandes diferenças entre os dois géneros e em relação aos testes considerados.

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Publicado

08-06-2017

Edição

Secção

Exercício e Saúde