A relação do trabalho coletivo do grupo de Educação Física com a Gestão da Ecologia da Aula

Autores

  • João Costa Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa
  • Marcos Onofre Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa
  • Maria Martins Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa
  • Adilson Marques Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa
  • João Martins Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa

Resumo

A investigação em Educação Física (EF) tem focado as Comunidades de Aprendizagem Profissional (CAP) como um modelo que parece favorecer a qualidade do ensino na perspetiva do sucesso dos alunos, a par de uma Gestão da Ecologia da Aula (GEA) integradora da Agenda Social dos Alunos (ASA) numa perspetiva académica.

Em Portugal, as CAP têm passado ao lado da investigação, faltando estudos que ajudem a compreender a inter-relação sistémica entre o trabalho coletivo dos professores nas escolas em que trabalham e as práticas em sala de aula de professores e alunos.

Este estudo de caso procura caraterizar a visão de um grupo de EF (GEF) sobre a sua dinâmica de trabalho coletivo enquanto CAP e integradora da ASA; e como esse trabalho se relaciona com GEA e consequente qualidade do ensino. Aplicaram-se dois questionários a todos os professores de um GEF indicado por peritos em EF. Um professor com perceção de GEA integradora da ASA foi observado, aplicando-se a uma das suas turmas um questionário sobre as intenções de participação para a ecologia da aula e perceções do currículo desenvolvido.

A análise da dinâmica de trabalho coletivo do GEF foi complementada através de: entrevista ao Coordenador; análise documental; e notas de campo sobre interações coletivas. A ecologia da aula foi investigada recorrendo à análise dedutiva de notas de campo decorrentes da observação de aulas. Os resultados mostram a proximidade do trabalho do GEF a uma CAP.

A sua visão e trabalho coletivo são guiados pelos Programas de EF e integradores da ASA. A GEA pelo professor revelou-se suportada pelas práticas e decisões coletivas e concorrente com a qualidade do ensino, reforçada pelas intenções e práticas dos alunos que revelaram uma ASA eminentemente académica e congruente. A integração dos resultados relativos ao trabalho coletivo como CAP e da GEA apontam no sentido de uma relação sistémica positiva no sentido da melhoria das práticas letivas, conducente a uma orientação académica da ASA dos alunos.

Por sua vez, esta orientação, juntamente com os resultados de aprendizagem aferidos coletivamente pelo GEF parecem induzir um efeito de retroação positiva que reforça o sentido e direção do trabalho coletivo desenvolvido por esses professores.

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Publicado

09-06-2017

Edição

Secção

Educação, Escola e Sociedade