Correlatos da atividade física nos tempos de lazer dos alunos do 12.º ano de duas escolas públicas de Lisboa

Autores

  • João Martins Faculdade de Motricidade Humana e UIDEF, Unidade de Investigação e Desenvolvimento em Educação e Formação, Instituto de Educação, Universidade de Lisboa e Faculdade de Educação Física e Desporto, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
  • Adilson Marques Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa
  • Francisco Carreiro da Costa Faculdade de Educação Física e Desporto, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e Centro Interdisciplinar de Estudo da Performance Humana, Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa

Resumo

A maioria dos adolescentes apresenta níveis reduzidos de participação em atividade física. Este estudo pretendeu identificar os fatores associados com a participação em atividade física nos tempos de lazer (AFTL) dos alunos que frequentavam o 12.º ano em duas escolas públicas, de acordo com o género.

Um total de 387 alunos (170 rapazes e 217 raparigas), com idades compreendidas entre os 16 e 19 anos (17.7±1), preencheram um questionário. As questões permitiram recolher informação sobre a AFTL, variáveis demográficas, psicológicas e sociais.

Com base na AFTL, os alunos foram considerados fisicamente inativos (0 -4 vezes por semana) e ativos (≥ 5 vezes por semana). Os dados foram tratados com recurso a uma regressão logística binária. A incidência de alunos no grupo ativo foi baixa (41% rapazes, 21% raparigas). Para os rapazes, a perceção de competência (OR=3.17, p=0.047), orientação de objetivos para a mestria (OR=3.08, p=0.036) e a perceção de saúde (OR=2.03, p=0.047) estavam associadas à possibilidade de ser mais ativo. Contrariamente, pertencer a famílias com o ensino secundário estava negativamente relacionado com a AFTL (OR=0.19, p=0.023). O modelo explica 46% do sucesso de praticar AFTL (R2=0.462). Para as raparigas, ter elevada perceção de competência (OR=4.56, p=0.003) e de estatura (OR=4.56, p=0.003) estava positivamente associado com ser mais ativo. O modelo explica 38% do sucesso de praticar AFTL (R2=0.380).

Os correlatos modificáveis para estes alunos do 12.º ano estavam sobretudo relacionados com fatores psicológicos. Adicionalmente, com exceção da perceção da competência, os correlatos eram diferentes para os rapazes e as raparigas. Para aumentar os níveis de atividade física dos adolescentes é importante considerar estas diferenças.

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Publicado

09-06-2017

Edição

Secção

Exercício e Saúde