Actividade física e saúde em idade pediátrica. Estudo em adolescentes escolares com base em diferentes metodologias de avaliação e vários critérios de classificação

Autores

  • Aristides Machado Rodrigues Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade de Coimbra
  • António J. Figueiredo Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade de Coimbra
  • Manuel J. Coelho e Silva Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade de Coimbra
  • Jorge Mota Universidade do Porto
  • Robert M. Malina Research Professor, Tarleton State University, Stephenville, Texas

Resumo

Desde há muito tempo que é geralmente aceite o aparecimento de várias doenças crónicas associado ao início da infância, devendo as estratégias preventivas ter início tão cedo quanto possível (Twisk, 2001). A inactividade física é reconhecida como uma importante determinante para o desencadear da doença crónica, e a prevalência da inactividade tem aumentado ao longo da adolescência. Por conseguinte, na última década, muitos esforços têm sido feitos no sentido de desenvolver linhas orientadoras para a actividade física da população infanto-juvenil. Com base na acelerometria (CSA, modelo 7164) foi determinado o tempo diário despendido em actividade física de intensidade moderada e vigorosa (AFMV), numa amostra de 44 rapazes e 54 raparigas, com idades compreendidas entre os 13 e os 16 anos. Adicionalmente e para os mesmos sujeitos a actividade física foi igualmente avaliada com recurso ao diário de 3 dias proposto por Bouchard et al. (1983) para que se pudesse discernir quantos desses sujeitos cumprem as recomendação de envolvimento em práticas físicas associadas à saúde, separadamente para cada instrumento. Tanto o diário como o sensor de movimento mostram maior percentagem de rapazes activos, comparativamente aos seus pares do sexo feminino. Os resultados mostram que 90% dos sujeitos desta amostra medidos pelo diário e 98% avaliados pela acelerometria alcançam o critério dos 30 minutos/dia em AFMV. Quando utilizamos o critério de Cavill (2001), uma considerável porção da amostra volta a ser classificada como activa. Ou seja, 70% dos sujeitos avaliados pelo diário (77% masculinos, 65% femininos) e 71% (80% masculinos, 65% femininos) da amostra avaliada pela acelerometria cumprem o critério de 60 minutos/dia de envolvimento em actividades de intensidade moderada a vigorosa. Análises precedentes, em conjunto com os presentes dados, mostram que a simples alteração do critério de avaliação da actividade física, do critério de determinação da porção vigorosa e muito vigorosa, bem como do critério de classificação de sujeitos activos, pode comprometer a caracterização de uma determinada amostra ou população.

Downloads

Publicado

08-06-2017

Edição

Secção

Exercício e Saúde