Associação entre aptidão cardiorrespiratória, pré-obesidade e obesidade no 4.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico no Agrupamento de Escola Professor Armando Lucena

Autores

  • Eugénio Ruivo Faculdade de Educação Física e Desporto, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
  • António Palmeira Faculdade de Educação Física e Desporto, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e Centro Interdisciplinar de Estudo da Performance Humana, Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa

Resumo

Enquadramento: O declínio da atividade física (AF) em crianças em Portugal é hoje uma evidência, com consequências no aumento da pré-obesidade e obesidade infantil.

Objetivo: Analisar a associação entre a aptidão cardiorrespiratória (ACR), e a prevalência da pré-obesidade e obesidade em crianças do 4.º ano.

Método: Estudo transversal, incidindo sobre 143 crianças, (73 raparigas) dos 9 -12 anos de idade do Concelho de Mafra. Registou -se o índice de massa corporal (IMC) e a % de massa gorda (MG) por bioimpedância. Foram utilizados os pontos de corte da International Obesity Task Force, para definir a pré-obesidade e obesidade. A avaliação da ACR foi efetuada através do teste Vaivém 20 metros do Fitnessgram. Os alunos foram ainda avaliados por questionário sobre a AF extra-curricular (QAD); os pais sobre os níveis de AF com recurso a questionário (IPAQ), e o estatuto sócio-económico (ESE).

Resultados: Não houve diferenças entre géneros na prevalência de pré-obesidade e obesidade: rapazes (20.55% e 8.21%) e raparigas (34.28% e 5.71%) (p=0.176). As crianças com maior ACR tinham menor IMC (p<0.01) e MG (p<0.01). A ACR (VO2max) foi superior nos rapazes (46.88 vs 39.15 raparigas) (p<0.001). A idade não esteve associada à ACR. Os pré-obesos eram maioritariamente insuficientemente ativos, e os normoponderais eram insuficientemente ativos ou suficientemente ativos (p=0.033). Não houve associação entre o ESE e AF dos pais e o IMC, ACR ou QAD dos alunos.

Conclusões: As crianças que tiveram maior ACR registaram menor IMC e MG, independente da idade e do sexo. Verificou -se que o estatuto sócio-económico e a AF dos pais não estão associados aos resultados da ACR, IMC ou MG das crianças. Será essencial sensibilizar a comunidade educativa para a continuidade de estudos similares.

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Publicado

09-06-2017

Edição

Secção

Educação, Escola e Sociedade