“EDUCAÇÃO FÍSICA, HOJE? VOU MENOS POR “QUERER” E MAIS PORQUE “TEM QUE SER” O Decreto‑Lei n.º 139/2012, as necessidades psicológicas básicas e as motivações dos alunos do ensino secundário

Autores

  • Ana Ferro Faculdade de Educação Física e Desporto, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
  • Eliana Carraça Faculdade de Educação Física e Desporto, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Centro Interdisciplinar de Estudo da Performance Humana (CIPER), Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa

Resumo

Introdução: O presente estudo visa analisar as diferenças na motivação e satisfação das necessidades psicológicas básicas entre alunos cuja nota de Educação Física era ponderada para a nota de ingresso ao Ensino Superior e os seus pares em que não o era. Por outro lado, procura também investigar se
estas diferenças são dependentes do índice de funcionamento autónomo. 

Método: Participaram no estudo 721 alunos do Ensino Secundário no ano letivo de 2013/2014 (243 do 10.º ano, 195 do 11.º ano e 283 do 12.º ano), provenientes de várias escolas do distrito de Lisboa. Foram aplicados questionários com o intuito de analisar a motivação e satisfação das necessidades psicológicas básicas dos alunos, bem como o seu índice de funcionamento autónomo (traço de personalidade).

Resultados: Verificou‑se que os alunos do 12.º ano, para quem a disciplina era ponderada para o cálculo de ingresso ao ensino superior, apresentaram motivações mais autodeterminadas e maior satisfação das necessidades básicas, em comparação com os alunos do 10.º e 11.º anos, os quais apresentaram maiores níveis de motivações controladas. Quando realizado o ajustamento para o índice de funcionamento autónomo, apurou‑se que este traço de personalidade não teve influência nos resultados observados.

Conclusões: Quando a disciplina de Educação Física é ponderada para o cálculo da média final de ensino secundário, os alunos parecem revelar motivações mais autónomas e maior satisfação das necessidades psicológicas básicas. Pelo contrário, quando a disciplina deixa de ser considerada para este cálculo, os alunos parecem apresentar níveis mais elevados de amotivação para as aulas de Educação Física. Estudos futuros são imprescindíveis para compreender as repercussões do decreto‑lei n.º139/2012 a longo prazo.

Palavras‑chave: Motivação; Teoria da Autodeterminação; Índice de Funcionamento Autónomo; Educação Física; Ponderação para Média Final.

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Publicado

30-07-2018

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Artigos